sábado, 30 de abril de 2011

Investigador português recebe apoio para investigação inovadora

 
João Gonçalves, investigador da Faculdade de Farmácia e do Instituto de Medicina Molecular em Lisboa, e a sua equipa, receberão com a aprovação desse projecto, uma bolsa da Fundação Bill & Melinda Gates. O projecto foi um dos poucos escohidos entre 2.500 que, a nível mundial, concorreram à referida bolsa.
 
Intitulado Nanotechnology against viral latency: Sensor strategies to eliminate HIV-1 infected cells, o projecto destina-se a desenvolver nanopartículas com propriedades terapêuticas capazes de eliminar o vírus HIV. Não se conhece actualmente nenhuma forma de eliminar o víkrus, mesmo na fase de latência em que este permanece "adormecido" dentro de um organismo hospedeiro, e que pode durar vários anos até à sua plena manifestação.
 
O objectivo do projecto de João Gonçalves e da sua equipa consiste, segundo comunicado daquele Instituto, em "desenhar nanopartículas capazes de reconhecer especificamente - e destruir - as células onde o vírus HIV-1 se encontra alojado (integrado no genoma)".
 
Estas nanopartículas, prossegue o comunicado, "estarão equipadas com duas moléculas essenciais: um anticorpo que reconhece especificamente o tipo de células T onde o vírus se pode alojar; e uma porção de DNA que codifica informação para uma toxina destruidora das células onde é produzida, e cuja produção será programada para só ser despoletada na presença de DNA do vírus HIV-1". Assim será possível a essas nanopartículas atingirem "especificamente as células do sistema imunitário onde o vírus se aloja".
  

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Nanodiamantes podem melhorar tratamento do cancro



Um artigo científico hoje divulgado defende que a junção de diamantes de tamanho muito reduzido à quimioterapia pode melhorar o tratamento do cancro. Dean Ho, professor de engenharia bioquímica e mecânica na Universidade norte-americana de Northwestern, sustenta que o nanodiamante pode ser uma alternativa eficaz para aplicar medicamentos em cancros de tratamento difícil.
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Nos seus estudos de cancro de fígado e de mama, Dean Ho e a sua equipa verificaram que quantidades normalmente fatais de compostos de quimioterapia, quando associadas aos nanodiamantes, permitiram diminuir o tamanho de tumores em ratos e também melhorar as taxas de sobrevivência, sem efeitos secundários nos tecidos ou nos órgãos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Tratamento de quimioterapia para cancro pode tratar a malária


Um tratamento de quimioterapia inicialmente concebido para inibir o crescimento de células cancerígenas pode também servir para acabar com o parasita da malária – do género Plasmodium. Numa investigação internacional liderada por cientistas das universidades de Glasgow e Berna conseguiu demonstrar-se que isso é possível.
  
O estudo, realizado com fundos da União Europeia, tem como principal objectivo encontrar tratamento para esta doença que afecta mais de 225 milhões de pessoas em todo o mundo, e provoca mais de 800 mil mortes, a maior parte de crianças.
Na investigação conseguiu observar-se que o parasita que provoca a malária depende, para poder proliferar, de uma via de sinalização presente nas células hepáticas e nos glóbulos vermelhos do hospedeiro.
  
Para isso, o parasita “sequestra” as quinases (enzimas) activas nas células do hospedeiro. Quando os investigadores utilizaram agentes quimioterapêuticos chamados inibidores da quinase para tratar os glóbulos vermelhos infectados pela malária, conseguiram travar o parasita.
  

segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Nariz electrónico" pode contribuir para o diagnóstico de cancro

 

       
   
Estudo preliminar publicado no "British Journal of Cancer" dá indicadores positivos

Investigadores israelitas desenvolveram um “nariz electrónico” capaz de identificar sinais químicos do cancro através do hálito de pacientes que tenham tumores nos pulmões ou na zona do pescoço e da cabeça.

Um estudo preliminar publicado no "British Journal of Cancer" indica que este aparelho pode, no futuro, ajudar a diagnosticar a doença, embora sejam necessários vários anos de investigação até estar apto para ser utilizado na prática clínica.
   
O estudo realizado com o “Nano Artificial Nose” envolveu 80 voluntários, 46 dos quais tinham cancro nas áreas visadas pelo dispositivo, em que o diagnóstico geralmente é muito tardio. Os restantes eram saudáveis. Este método químico para identificar resíduos do cancro presentes no hálito dos pacientes distinguiu as moléculas dos que eram saudáveis das de pessoas cancerosas.


Depois destes resultados, Hossam Haick, líder da investigação e cientista do Technion - Israel Institute of Technology, sublinhou a urgência de se desenvolverem novas formas de diagnóstico para os cancros da região da cabeça e do pescoço, na medida em que detectá-los é “complicado e requer exames especializados”.
    
Desta forma, o estudo israelita mostra-se relevante, pois num simples teste de hálito, podem perceber-se padrões de moléculas que são encontradas em pacientes com determinados tipos de cancro. "Agora, precisamos testar estes resultados em estudos maiores, para descobrir se surge um potencial método de diagnóstico", acrescentou o investigador.
 
    

sábado, 23 de abril de 2011

Primeiro vírus vegetal capaz de contaminar o ser humano


Uma equipa de investigadores franceses, coordenada por Didier Raoult, recentemente publicada revista PloS ONE, descobriu que a transferência de vírus vegetais para seres humanos pode ter potencial patogénico.

O vírus mosqueado suave do pimentão foi encontrado nas fezes de um significativo número de pessoas e a maioria sofreu dores de abdominais e febre. Os cientistas do Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) analisaram mais de 500 amostras de residentes em Marselha (França) e descobriram que sete por cento dos adultos estavam a expelir o vírus através das fezes.
 
Curiosamente, o vírus encontrado nos restos humanos era capaz, posteriormente, de provocar uma doença típica relacionada com o mosqueado suave do pimentão em plantas de tabaco. Quando tentavam localizar a fonte mais frequente de infecção, os investigadores assinalaram o pimento e os seus derivados.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Alzheimer tem primeira fase sem sintomas


As definições nos Estados Unidos para o diagnóstico da doença do Alzheimer mudaram pela primeira vez em 27 anos, depois de vários resultados na investigação da doença mostrarem que as primeiras alterações relacionadas com a doença iniciam-se anos, ou mesmo décadas, antes de os sintomas se tornarem aparentes.
   
As linhas orientadoras do diagnóstico foram publicadas hoje pelo Instituto Nacional do Envelhecimento (INE) e pela Associação Alzheimer, e redefiniram a doença em três etapas. Na primeira, nenhum sintoma aparente é evidente, mas já existem alterações fisiológicas nos cérebros dos futuros doentes, que vão promover a degeneração. Numa segunda fase, os doentes apresentam sintomas, como o esquecimento, mas continuam a fazer normalmente o seu dia-a-dia. E há uma terceira fase de demência.
  
“Estamos a redefinir a doença de Alzheimer”, disse, citado pelo New York Times, Creighton Phelps, director do programa da doença de Alzheimer do INE. “Acho que vamos começar a identificar a doença cada vez mais cedo.”
  

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Descoberto mecanismo celular implicado em doenças degenerativas


Uma equipa de investigadores em Itália, que inclui uma portuguesa, descobriu um mecanismo básico que ocorre nas células e como tornar as mitrocôndrias mais eficientes, o que pode abrir portas na investigação de doenças como o Alzheimer, embora não tenha "uma aplicação directa na cura", explicou à agência Lusa Lígia Gomes, estudante da Universidade de Coimbra, que se encontra a fazer investigação na Universidade de Pádua, em Itália.
 
A equipa de investigadores daquela universidade concluiu que, ao induzir a autofagia nas mitocôndrias - estruturas das células que produzem energia -, estas "mudam de forma e tornam-se mais eficientes, algo que, se não acontecer, põe em causa a sobrevivência das células", disse.
 
Lígia Gomes desenvolveu o trabalho de pesquisa na Universidade de Pádua juntamente com os investigadores italianos Giulietta Di Benedetto e Luca Scorrano, também professor na Universidade de Genebra.
   
Segundo a portuguesa, que é a primeira autora deste estudo, a descoberta de um novo papel das mitocôndrias abre portas,  pois a sua desregulação está envolvida em várias doenças. "Em algumas – como a doença de Huntington [um distúrbio neurológico] - sabemos que as mitocôndrias estão fragmentadas. Se evitarmos isso, garantimos a sobrevivência das células", referiu.
 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Novas pistas sobre influência da gravidez na diminuição do risco de cancro da mama

    
Um novo estudo do Fox Chase Cancer Center, nos EUA, apresentado no Encontro Anual da American Association for Cancer Research, ajuda a explicar o motivo pelo qual a gravidez promove a redução do risco de cancro da mama.
        
Os investigadores verificaram que, depois da menopausa, há uma diferenciação do padrão da expressão genética no tecido mamário entre as mulheres que tiveram filhos e as que nunca foram mães.
      
Numa primeira fase deste estudo, participaram 44 mulheres que tinham tido filhos e 21 que não tinham engravidado, sendo que todas se encontravam na pós-menopausa. Depois de comparar a expressão de genes presentes no tecido mamário dos dois grupos, o grupo de investigadores verificou que 208 genes, muitos deles envolvidos no processo de transição do ácido ribonucleico (RNA), diferiam entre ambos. Para validarem este padrão, foi feita uma análise independente em 61 mulheres na pós-menopausa, 38 das quais tinham tido filhos e 23 não, sendo que os resultados foram idênticos.
        
De acordo com Jose Russo, líder do estudo, estes resultados permitem colocar a hipótese de que um aumento do processo de transcrição e, consequentemente, da síntese de proteínas ajuda a garantir que nenhuma proteína mutada é sintetizada, o que reduz o risco de crescimento celular anormal e de desenvolvimento de cancro.
     

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Cirurgia inédita a nível mundial reconstruiu a mandíbula a quatro crianças portuguesas

 
Quatro crianças portuguesas, a quem tinha sido removida parte da mandíbula na sequência de um tumor, viram esse osso reconstruído através de uma cirurgia inédita no mundo. A equipa de Horácio Costa, do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, retirou um pedaço ósseo da zona da bacia ou do perónio, que mantém a sua capacidade de crescimento, e aplicou-o no rosto das crianças, permitindo assim que o transplante continue a crescer com o resto dos ossos.
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As crianças, de nove, 10, 11 e 14 anos, encontram-se bem, informou ontem Horácio Costa, director do Serviço de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Maxilo-Facial do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho. Três foram operadas no ano passado e a última, a de dez anos, foi operada faz hoje uma semana.
   
Se tivessem sido aplicadas as técnicas cirúrgicas habituais, como o retalho ósseo simples ou a aplicação de uma placa de titânio e parafusos, as crianças teriam uma grande perda óssea, o que implicaria uma deformação facial imediata. E, mais tarde, essa deformação iria ainda acentuar-se por falta de crescimento do transplante em relação ao resto dos ossos do rosto, explica-se numa nota de imprensa do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho.
 
Para evitar essa grande assimetria, teria de se esperar que os ossos da face atingissem o crescimento quase completo - que nas mulheres é entre os 16 e os 17 anos e nos homens entre os 17 e os 18 -, com todas as consequências dessa espera em quem não tem grande parte da mandíbula.
 
Até agora, apenas tinham sido feitas dez cirurgias deste género em todo o mundo - desde há apenas seis anos, em Itália, México e Inglaterra -, mas para reconstrução óssea de membros superiores e inferiores, como o úmero, o rádio, o fémur e a tíbia. É a aplicação da técnica na mandíbula que é pioneira em todo o mundo.
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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Descobertos cinco genes relacionados com o Alzheimer


Dois consórcios de investigação descobriram cinco novos genes que estão relacionados com o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Os estudos são publicados em dois artigos da revista Nature Genetics.
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“O que fizemos neste estudo foi continuar o trabalho feito com cerca de 20 mil pessoas com Alzheimer e 40 mil indivíduos saudáveis e identificámos mais cinco genes que aumentam o risco de desenvolver a doença”, disse em comunicado de imprensa a investigadora Julie Williams, que liderou um dos consórcios e que pertence à Universidade de Cardiff. Os novos genes vêm juntar-se a outros cinco que já tinham sido relacionados com a doença.
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Os dois consórcios reúnem cerca de 300 cientistas. Embora as investigações tenham começado de uma forma independente, a mega-equipa de Williams juntou esforços com o consórcio liderado por Gerard Schellenberg, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
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A doença de Alzheimer é conhecida pela sua capacidade de deterioração da saúde mental das pessoas, devido à acumulação da proteína beta-amilóide no cérebro. A maioria dos doentes de Alzheimer, começam a sentir os primeiros sintomas depois dos 65 anos com falhas na memória, comportamentos erráticos, que vão piorando até atingir a demência completa.
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“Se pudéssemos eliminar os efeitos negativos de todas as dez variantes [dos genes], eliminávamos 60 por cento da doença”, disse Williams.
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